É muito importante distinguir o lacrimejamento agudo e o crônico. O lacrimejamento agudo resulta de uma condição da superfície ocular, como a presença de um corpo estranho ou uma conjuntivite alérgica e se resolve com o tratamento da causa.
Os pacientes com lacrimejamento crônico apresentam o sintoma de forma mais expressiva e constante e relatam que a lágrima chega a “escorrer” pela face.
Os sintomas podem ser exacerbados por fatores do meio ambiente como vento, frio, estação seca, privação do sono ou mesmo fatores emocionais.
Muitas vezes, o excesso de lágrima pode diminuir a acuidade visual e causar irritação das pálpebras, principalmente no canto interno, devido ao hábito freqüente de se enxugar os olhos, o que causa abrasão mecânica dos tecidos.
O lacrimejamento pode resultar de uma variedade de condições, mas todos os casos podem ser atribuídos a uma das seguintes categorias:
Anormalidades de posição das pálpebras
Alterações palpebrais, como o ectrópio, que podem impedir o contato adequado dos pontos lacrimais com o globo ocular vão comprometer a drenagem da lágrima. Nesses casos, a pálpebra afetada deve ter a sua posição corrigida cirurgicamente para resolução do sintoma.
Obstrução do canal lacrimal
Na obstrução do canal lacrimal existe uma barreira mecânica que impede a drenagem da lágrima. Isso pode acontecer na forma de uma obstrução alta, como uma estenose dos pontos lacrimais, estenose dos canalículos ou canaliculite. A obstrução baixa é a causa mais comum e pode ocorrer tanto em crianças como em adultos.
A obstrução na drenagem da lágrima nas crianças é geralmente congênita e o lacrimejamento pode ocorrer já nas primeiras semanas de vida. O tratamento consiste na realização de massagens e se não houver resolução é necessário realizar a sondagem do canal lacrimal sob narcose até o primeiro ano de vida.
Nos adultos, a obstrução pode ocorrer sem causa específica e é mais comum no sexo feminino e a partir dos 40 anos. A cirurgia (dacriocistorrinostomia) para correção da obstrução é realizada sob anestesia local e sedação. Na cirurgia é criada uma nova via lacrimal para permitir a drenagem adequada da lágrima.
Alterações da superfície ocular
As desordens da superfície ocular podem levar a uma produção reflexa excessiva de lágrima. Isso pode ocorrer em casos de blefarite, instabilidade do filme lacrimal ou mesmo em casos de olho seco por induzir a um lacrimejamento reflexo, na ausência de alterações palpebrais ou do canal lacrimal. Geralmente, apenas o tratamento clínico da causa é o suficiente para melhora do lacrimejamento.
Desordens neurogênicas
A hipersecreção lacrimal pode ser encontrada em doenças neurogênicas raras, como compressão do nervo lacrimal ou regeneração aberrante do nervo facial após traumas. Nesse último caso o lacrimejamento é chamado de “lágrimas de crocodilo”, pois ocorre durante a mastigação.
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